Dotada de uma localização geográfica de excelência, no centro do País, entre os dois principais polos de desenvolvimento do país (as áreas metropolitanas da Grande Lisboa e do Grande Porto), servida por boas acessibilidades (a linha ferroviária do Oeste, o nó da A8, o IC9 e proximidade às restantes autoestradas de ligação ao centro e sul do país), e dotada de um Porto de apoio à pesca e atividades náuticas e de recreio, a Nazaré é, na atualidade, uma referência para os destinos de férias, viagem e visitas de conhecimento, mas também para a instalação de novos negócios, sobretudo ligados à economia do mar.
Historicamente, a Nazaré destacou-se como centro piscatório de relevância nacional. Um conjunto muito peculiar de usos e costumes ligados a esta atividade, as condições balneares da sua praia, o secular culto religioso da Senhora da Nazaré, e as admiráveis condições cénicas naturais, transformaram a Nazaré em atração privilegiada, a nível nacional e internacional, e em destino turístico de sol e mar, religioso e cultural.
O contemporâneo território urbano da Nazaré tem origens muito antigas, e uma singular história de povoamento.
Essa história está plasmada no triângulo Pederneira-Sítio-Praia que estrutura o sistema urbano funcional da Vila e da freguesia da Nazaré. O primeiro núcleo de povoamento estabeleceu-se num monte sobranceiro à lagoa da Pederneira, ou Seno Petronero, como aparece referenciado o antigo Porto aí situado. Terra de pescadores, desde o século XII, a Pederneira foi uma das vilas mais próspera e populosa dos antigos Coutos de Alcobaça, aliando a atividade piscatória à fertilidade agrícola dos campos envolventes.
Nos séculos XV e XVI, na época áurea dos Descobrimentos, a Pederneira afirmou-se como um dos mais ativos estaleiros e porto de escoamento das madeiras do Pinhal do Rei (Leiria) para a construção das Caravelas.
A Pederneira foi sede de Concelho até 1912, ano em que, por lei da República, o topónimo foi alterado para Nazaré e os Paços do Concelho passaram para o aglomerado da Praia.
Entretanto, a ocorrência de um emergente conjunto de fatores tem conduzido a um desenvolvimento de mudanças no perfil tradicional das atividades da Nazaré.
Recentemente, ganhou visibilidade a «onda gigante» da Praia do Norte, surfada por destacados desportistas internacionais, bem como o segundo recorde mundial do Guinness (alcançado com uma onda surfada na Praia do Norte, por Rodrigo Koxa, que bateu o de Garrett McNamara, alcançado em 2011, também na Nazaré), o que a coloca no topo dos destinos internacionais do surf e do bodyboard, com o consequente afluxo de praticantes e admiradores.
As especiais condições marítimas da Nazaré (com um Porto que nunca encerrou devido às más condições marítimas), designadamente o seu «canhão», e a existência de boas condições para a produção de energias alternativas, representam um elevado potencial para a instalação e o desenvolvimento de atividades ligadas à emergente economia do mar.
